Beatas e toldos
A vizinha toca à minha porta, e não para de tocar. Eu em reunião. Trabalho 100% remotamente. Peço à pessoa com quem estou a reunir para ir à porta e lá vou eu a correr. Abro a porta:
Vizinha: “Oh vizinha, não pode ser assim! A sua empregada fuma, mandou a pirisca para cima do meu toldo e queimou-me o toldo. E tenho lá mais piriscas. Não pode ser assim!”
Eu: vizinha, tenho a certeza absoluta que não é a Beatriz, já que peço para ela sair da casa para fumar e não fumar cá dentro e ela sempre fez assim.
Vizinha: “Só pode ser ela!”
Eu: O seu filho fuma. Não pode ser ele?
Vizinha: “Não, o meu filho não fuma! E mesmo que fumasse não queimava o toldo!”
Eu: A Beatriz já vai conversar consigo. Estou a trabalhar. Desculpe, mas tenho de voltar.
Passados uns 10 minutos, nem tanto:
“Beatrizzzzzzzzzzzz, Beatrizzzzzzzzzzzzzz” (Vizinha aos berros).
Vou à janela:
Desculpe, pode parar de berrar a chamar pela minha empregada? Estou a trabalhar.
Vizinha: “Tu disseste que ela vinha falar comigo e ela não veio!”
Eu: “primeiro não me trata por tu porque não andei consigo na escola, depois a Beatriz está a trabalhar, assim que puder vai ter consigo”.
Vizinha: “Beatrizzzzzzzzzzzz”
Eu: minha senhora, não há mais conversa consigo.
Vizinha: “Vou chamar a GNR!”
Eu: “Chame sim, ao menos vou falar com pessoas mais educadas que a senhora e que sabem o que fazem. Ainda lhes ofereço Banoffe!”.
Vila Nova de Poiares, Agosto de 2022
Nota: o filho fuma que nem uma chaminé, na porta de entrada da casa, quando a mãe está fora… E pelos vistos mente à mãe…
Nota 2: A GNR ainda não apareceu e o Banoffe está a acabar.
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